Ansiedade na Pré-Adolescência: Entendendo o Peso das Cobranças na Geração da Informação
Entre os 10 e 13 anos, o pré-adolescente vive um turbilhão de mudanças: o corpo se transforma, a mente se expande e as relações sociais ganham um peso muito maior. É também nessa fase que muitos começam a sentir ansiedade de forma mais intensa, uma mistura de inquietação, medo e tensão que vai além do simples “ficar nervoso” antes de algo importante.
Do ponto de vista científico, a ansiedade é uma resposta natural do organismo diante de uma ameaça, real ou percebida. O corpo libera hormônios como adrenalina e cortisol, acelerando o coração, deixando os músculos mais tensos e preparando para a ação. Isso, em doses equilibradas, é saudável. O problema é quando esse estado se torna constante. No cérebro do pré-adolescente — que ainda está em desenvolvimento, especialmente na região do córtex pré-frontal, responsável pelo controle das emoções e tomada de decisões essa ativação contínua desgasta e dificulta o equilíbrio emocional.
Na geração atual, existem fatores que potencializam essa ansiedade:
-
Excesso de informações: Notícias, vídeos e postagens chegam sem filtro, muitas vezes carregadas de tragédias, comparações e padrões inalcançáveis.
-
Cobranças elevadas: Expectativa por bom desempenho escolar, pressão para ter muitos amigos, aparência “perfeita” e até “sucesso” nas redes sociais.
-
Estímulo constante: O acesso ilimitado a telas e notificações mantém o cérebro em estado de alerta quase permanente.
-
Comparações invisíveis: Redes sociais fazem parecer que todos vivem vidas incríveis, gerando frustração e sentimento de insuficiência.
Estudos mostram que o tempo excessivo em redes sociais está relacionado a níveis mais altos de ansiedade e depressão em adolescentes, especialmente quando combinado com pouca atividade física e baixa interação presencial.
A Bíblia, no entanto, oferece um contraponto poderoso: ela nos convida a descansar em Deus, entregando a Ele nossas preocupações.
“Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês.” (1 Pedro 5:7)
“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplica, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.” (Filipenses 4:6)
Para o pré-adolescente, essa verdade traz segurança: ele não precisa se definir pelo que vê na internet ou pelo que os outros esperam dele, sua identidade está em Cristo, e Ele cuida de cada detalhe.
Como os pais podem ajudar diante desse cenário
-
Estabeleça um filtro saudável para o consumo de conteúdo: Ensine seu filho a diferenciar informação útil de excesso de estímulo.
-
Limite o tempo de tela e crie momentos offline em família.
-
Valorize o processo, não apenas o resultado: Mostre que esforço e aprendizado são mais importantes que perfeição.
-
Converse sobre a realidade das redes sociais: Explique que o que se vê online não é a vida real completa das pessoas.
-
Ensine práticas de desaceleração: Respiração profunda, oração e tempo em silêncio ajudam a regular a ansiedade.
-
Ore junto e declare promessas bíblicas para que ele se lembre de que Deus é seu refúgio e paz.
A ansiedade, quando entendida e tratada com cuidado, pode se transformar em um caminho de amadurecimento e fé. E numa geração tão conectada, ensinar nossos filhos a “desconectar para respirar” pode ser uma das maiores demonstrações de amor e cuidado que podemos oferecer.
“Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbem os seus corações, nem tenham medo.” (João 14:27)