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O tédio pode parecer algo simples, aquela sensação de “não tenho nada para fazer”, mas na pré-adolescência ele pode carregar um significado mais profundo. Estamos falando de uma geração que cresce com acesso constante a telas, vídeos, jogos e redes sociais. Quando tudo é rápido e cheio de estímulos, o cérebro se acostuma com essa velocidade e perde a tolerância para momentos de calma. Resultado? Um pré-adolescente que se sente “entediado” mesmo tendo várias opções à sua frente.

Do ponto de vista psicológico, o tédio é uma reação à baixa estimulação. Mas na geração atual, ele é agravado por dois fatores principais:

1. Hiperestimulação digital – O acesso constante a conteúdo rápido (TikTok, Reels, YouTube Shorts) cria um padrão de recompensa imediata que dificulta a paciência e o foco.

2. Falta de autonomia criativa – Com a agenda lotada de tarefas e atividades, sobra pouco espaço para o pré-adolescente inventar, explorar e desenvolver hobbies que exijam mais tempo e dedicação.

O problema é que, quando o tédio não é bem trabalhado, ele pode levar à irritação, desmotivação e até ao uso excessivo das telas como fuga. Por outro lado, se for encarado como oportunidade, ele pode abrir espaço para descobertas, criatividade e descanso mental.

Uma Perspectiva Bíblica

A Bíblia nos lembra da importância de usar bem o tempo. Efésios 5:15-16 diz: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus.” O tédio, quando não aproveitado, pode se tornar um desperdício do tempo que Deus nos dá. Mas, quando usado de forma construtiva, pode ser um convite para desenvolver talentos, servir ao próximo e se aproximar mais de Deus.

Eclesiastes 3:1 nos lembra: “Tudo tem o seu tempo determinado.” Isso inclui momentos de atividade intensa e também de pausa. Nem sempre é necessário “preencher” todo segundo do dia; o silêncio e o descanso também têm valor.

Orientações Práticas para os Pais

• Estimule o ócio criativo – Proponha atividades que não sejam apenas passivas (assistir algo, jogar no celular), mas que despertem a imaginação: desenhar, escrever, criar histórias, cozinhar juntos.

• Reduza a dependência digital – Estabeleça momentos sem telas para que o pré-adolescente aprenda a buscar alternativas offline.

• Crie oportunidades de serviço – Ocupar o tempo ajudando em casa ou servindo alguém pode gerar propósito e satisfação.

• Mostre que o tédio é uma chance – Ensine que não sentir vontade imediata de fazer algo não significa que nada valha a pena; às vezes, é só o início de uma descoberta.

• Incentive momentos com Deus – Ler a Bíblia, ouvir músicas cristãs, orar… tudo isso pode ser feito também nos intervalos de “não saber o que fazer”.

O tédio não precisa ser o vilão da pré-adolescência. Com apoio e orientação, ele pode se transformar em um espaço fértil para novas ideias, relacionamentos mais fortes e um coração mais sensível à voz de Deus.