Meta sugere que Google e Apple assumam maior responsabilidade pelo controle de aplicativos destinados a menores de idade
Uma pesquisa realizada pelo instituto Ipsos, encomendada pela Meta, revelou que a maioria dos pais brasileiros quer ter mais controle sobre os aplicativos que seus filhos instalam nos celulares. O levantamento apontou que muitos responsáveis apoiam a criação de uma legislação que torne obrigatória a aprovação parental diretamente nas lojas de aplicativos.
O estudo traz à tona uma questão importante: quem deve ser responsável por proteger crianças e adolescentes no ambiente digital? A Meta sugere que essa responsabilidade recaia principalmente sobre as empresas que operam as principais lojas de aplicativos do mundo — o Google, com a Play Store, e a Apple, com a App Store.
Segundo a Meta, como essas empresas são as responsáveis pela distribuição e disponibilização dos aplicativos, elas estariam mais bem posicionadas para implementar mecanismos de verificação de idade e autorização parental no momento do download. Assim, antes de qualquer aplicativo ser instalado por um menor de idade, seria necessária a confirmação dos pais ou responsáveis.
Apesar disso, a própria Meta destaca que já adota medidas em suas plataformas para proteger os jovens. Em redes sociais como Facebook e Instagram, por exemplo, há ferramentas de controle parental, limites de tempo de uso e restrições de conteúdo sensível, com o objetivo de criar um ambiente mais seguro para usuários menores de idade.
A divulgação do estudo amplia o debate sobre a responsabilidade das grandes empresas de tecnologia na proteção da infância e adolescência na internet. Especialistas destacam que a participação conjunta das plataformas, desenvolvedores de aplicativos, famílias e governos é essencial para criar um ecossistema digital mais seguro.
A proposta de envolver diretamente as lojas de aplicativos no processo de autorização parental também levanta questões sobre privacidade, segurança de dados e a viabilidade técnica de implementar sistemas eficazes de verificação de idade, que não sejam facilmente contornados por crianças e adolescentes.
Esse movimento ocorre em um contexto global em que diversas nações discutem ou já adotam legislações que impõem regras mais rigorosas para o uso de tecnologia por menores de idade, incluindo limites de tempo de tela, proibições de certos conteúdos e exigências de consentimento dos pais.
Com a divulgação do levantamento, a Meta reforça a ideia de que não apenas as redes sociais, mas também as lojas de aplicativos devem desempenhar um papel ativo na proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital.